Por Sebastião Parreira – O Agro Tem Voz
Da porteira para fora o agronegócio não para de se reinventar para atender as expectativas do mercado e revolucionar suas técnicas da produção. A era digital do agronegócio também conhecida como Agronegócio 4.0 é uma realidade cada vez mais perceptível dentro desse seguimento.
Se formos comparar, hoje a agricultura brasileira é vista de forma totalmente diferente do século passado. Em 1960, a agricultura brasileira era rudimentar, ou seja, prevalecia o trabalho braçal na produção agropecuária. Naquela época, menos de 2% das propriedades rurais contavam com máquinas agrícolas.
Hoje, o agricultor, entre outros recursos, conta com tecnologias de precisão, amparadas por tecnologias como sensoriamento remoto, sistema de informação geográfica e monitoramento do uso da terra, que permitem o uso de sensores sem fio, localizados no solo, na planta, na atmosfera ou em máquinas e equipamentos, que em conjunto com softwares de análise de dados possibilitam um mapeamento do campo mais preciso.
É inegável que um ambiente digital permite melhor acessibilidade e maior facilidade em todas as áreas existentes, principalmente dentro do Agronegócio, pois permite maiores resultados e pesquisas.
Desse modo, a transformação digital veio como um apoio aos produtores rurais e ao agronegócio de maneira geral, por meio do acesso a tecnologias, do uso massivo da internet e redes sociais, e da eficiência e rapidez de produção, venda e consumo.
O DIGITAL NO DIA A DIA DO PRODUTOR RURAL
De acordo com dados da Embrapa, 40% dos produtores rurais revelam que usam os canais digitais para a compra e venda de insumos e da produção. Nessa logística as vendas e compras serão realizadas por aplicativos, mensagens, entre outros, por isso o produtor rural não pode deixar de se atualizar.
Se por um lado esses recursos permitem que o produtor rural resolva questões com um clique, por outro eles exigem que exista uma pessoa qualificada e atualizada para comandá-los, afinal, o uso correto e estratégico dos meios digitais para as tarefas do campo é sempre uma vantagem nas mãos do produtor rural.
Segundo dados da pesquisa Hábitos do Produtor Rural, ainda em 2020, da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA), 94% dos entrevistados têm ‘smartphone’ (na pesquisa anterior, de 2017, eram apenas 61%), 74% usam a internet como fonte de informação (contra 42% em 2017) e 90% costumam acessar alguma rede social.
Novamente a Embrapa traz dados no sentido de que cerca de 84% dos produtores assumem que já utilizam ao menos uma tecnologia no processo de produção; 70% usam internet e tecnologia em atividades relacionadas à produção rural e 57,5% recorrem às mídias sociais para divulgar dados ou produtos.
Mesmo em meio a números altos de produtores rurais que recorrem ao uso de tecnologias no seu dia a dia, ainda é possível constatar que nem todo mundo vive na era do digital, seja pelo alto custo dessas inovações, seja pela falta de acesso à internet em algumas regiões no campo.
Isso contribui para que a concorrência pese muito mais em desfavor do produtor rural que ainda não incorporou o uso da tecnologia no seu dia a dia.
Fato é que a força de trabalho humana não será capaz de gerenciar a crescente quantidade de dados e necessitará de algoritmos cada vez mais aprimorados por meio de técnicas de inteligência computacional e computação cognitiva para auxiliar produtores rurais no processo de análise, nesse sentido a competitividade tende a aumentar e produtores rurais que ainda não usam a tecnologia no seu dia a dia precisarão correr contra o tempo.
IMPACTOS DO DIGITAL NO AGRONEGÓCIO.
Basicamente, o impacto do digital no agronegócio se concentra no uso de ferramentas tecnológicas, para obter maiores resultados e pesquisas mais precisas no campo.
Destacam-se aqui algumas vantagens específicas da transformação digital no agronegócio:
- Projeções assertivas: Análise de todos os dados coletados, que somados ao histórico e demais informações, permite que o gestor faça projeções assertivas para o negócio.
- Custo reduzido: Controle e planejamento de mão de obra, maquinários, compras e manutenções otimizam os recursos da empresa e reduzindo custos e possíveis desperdícios.
- Aumento da produtividade: Agiliza processos, permitindo uma análise mais rápida, automatiza processos repetitivos, aumentando o desempenho da equipe.
- Mobilidade e agilidade: Facilidade de acesso para os usuários e gestores, praticidade e rapidez, além da democratização dos dados e informações.
Mantém os dados sempre atualizados, sem processos manuais com soluções de automação.
Vale lembrar ainda a importância da transformação digital para a agricultura como um meio de aumentar a competitividade.
É que esses recursos tecnológicos possuem benefícios potentes, como por exemplo, a amplificação das inovações e a interação entre cadeias produtivas, promover melhores interações entre fabricantes de insumos, produtores rurais, processadores, distribuidores e consumidores.
Fontes:
GALINARI, Graziela. Estudos socioeconômicos e ambientais Geotecnologia Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Automação e Agricultura de Precisão. 2020. Disponível em https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/54770717/pesquisa-mostra-o-retrato-da-agricultura-digital-brasileira
MARTINS, Ricardo. O agro é digital. Portal do Agronegócio. 2022. Disponível em https://www.portaldoagronegocio.com.br/tecnologia/conectividade-e-digital/artigos/o-agro-e-digital
PINHEIRO, Luiz et al. Transformação Digital no Agronegócio Brasileiro: Uma Análise das Novas Tecnologias. In: 33º ENANGRAD – UNIVALI (Campus Itajaí), 2022. Disponível em: <https://www.doity.com.br/anais/33enangrad/trabalho/245370>. Acesso em: 04/06/2023 às 19:58
8ª Pesquisa ABMRA Hábitos do Produtor Rural: Um estudo realizado in loco, com 3 mil produtores rurais e em 15 estados. Disponível em: https://abmra.org.br/pesquisa-abmra/
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